Palco decisivo das guerras de fronteira que se seguiram à Restauração, em 1640, as estruturas agora classificadas constituem a maior fortaleza abaluartada da Europa (reconhecido pela forma em estrela), sendo formada, para além do castelo, pelas fortalezas secundárias de Santa Luzia e da Graça.
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Sistema de fortificações atravessa séculos de históriaCâmara Municipal de Elvas |
Fundadas
no reinado de D. Sancho II e construídas sobre uma estrutura muçulmana, foram
incluídas na Lista Indicativa do Património Mundial da UNESCO em 2009.
As
fortificações, através das quais se atravessa o período mouro e medieval, bem
como as inovações renascentistas e, pelas modernizações regulares das
estruturas, o avanço do tempo até ao século XIX, são "um dos mais
importantes casos de sobreposição de funções e de evolução das concepções
estratégicas e militares ao longo da História", referia a proposta então
enviada à Comissão Nacional da UNESCO.
A
decisão foi tomada neste sábado pelo Comité do Património Mundial, que está
reunido até dia 6 de Julho em São Petesburgo, na Rússia. A candidatura da
classificação das fortificações abrangia vários monumentos – os fortes de Santa
Luzia, do século XVII, e da Graça, do século XVIII, três fortins do século XIX,
as três muralhas medievais e a muralha do século XVII, além do Aqueduto da
Amoreira. Era a única candidatura portuguesa entre as 33 que a UNESCO tinha
sobre a mesa.
“Esta
classificação não tem só um grande significado para mim e para todos aqui em
Elvas, tem um grande significado para o país", disse ao PÚBLICO o
presidente da Câmara Municipal de Elvas, José António Rondão Almeida. "Não
é todos os dias que um órgão como a UNESCO diz que temos à porta de casa um bem
que é único e de valor universal”, completou.
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Forte de Santa Luzia integra o conjunto classificado Câmara Municipal de Elvas |
Rondão Almeida espera que a entrada das fortificações na lista do património cultural da humanidade sensibilize agora o Ministério da Defesa, proprietário do Forte da Graça, jóia da arquitectura militar do século XVIII e peça central da candidatura, para a preservação daquele conjunto.
O
projecto de candidatura começou a ser preparado em 2004 e decorreu sem
sobressaltos, segundo a vereadora da Cultura, Elsa Grilo. “Foi um trabalho
intenso que implicou uma forte componente de preservação do património mas
também de educação”, explicou, falando do centro interpretativo do complexo
formado pelas fortificações, inaugurado em Outubro do ano passado, e nos
painéis informativos criados para os bens agora classificados.
Fonte:
http://www.publico.pt